Reciprocidade é merecimento

Você se agrada de que, quem tem acesso frequente à sua pessoa, demonstre interesse genuíno, atenciosidade e zelo por seu bem-estar? Provavelmente, sim. Mas será que você, enquanto pessoa adulta, realmente merece um tratamento com essas características? A única maneira assertiva de descobrir se sim ou não, é através da reciprocidade. Ou seja, se você for capaz de se interessar pelas pessoas como um gesto de amor, se realmente buscar os interesses de outrem, não somente os teus, despendendo de tempo, atenção e empenho no bem alheio, mesmo que durante alguns minutos por dia (não como uma esmola), sem permitir que, idealmente, essa inclinação fraterna te prejudique, então você não apenas merece ter pessoas assim (maravilhosas) ao seu redor, mas também será capaz de perceber quem realmente merece e almeja receber esse tratamento, sinalizando, através de sua inclinação à empatia, que se ama e será capaz de amar quem também se ama e é capaz de amar no trato cotidiano ou eventual.

Continuar lendo “Reciprocidade é merecimento”

Parábola do emissário desleal

Um rei piedoso e correto, cujo nome era grandemente respeitado, enviou um emissário ao império vizinho, onde a corrupção e a perversão eram lei. Chegando lá, o emissário se distraiu com as seduções do novo lugar, esquecendo-se da nobre missão que lhe fora confiada.

Quase uma semana após sua chegada, lembrou-se do motivo de sua empreitada e, finalmente, apresentou-se ao imperador. O mando que levava era muito claro: sujeitem-se às leis do reino ou vão para longe.

Continuar lendo “Parábola do emissário desleal”

Seria mesmo a religião o ópio do povo? Vamos descobrir

Vez por outra nos deparamos com ateus ou céticos que se utilizam da ideia popularizada por Karl Marx, “a religião é o ópio do povo” (die religion… sie ist das opium des volkes), querendo ele dizer que seria como um anestésico para o sofrimento da classe trabalhadora. Saltando da Alemanha em 1844 para o mundo nos dias atuais, nos deparamos com a oportunidade de rever o real papel da religião para além das teorias socioeconômicas do passado, explicando a seguir, porque essa é uma expressão no mínimo pueril, e até deslocada da realidade, portanto, cretina, ainda que compreensível quando dita por quem, de fora do meio religioso, enxerga em algumas expressões humanas da religião: a manipulação e o charlatanismo, a apropriação indébita e o desvio do propósito social a que algumas se propõem.

Continuar lendo “Seria mesmo a religião o ópio do povo? Vamos descobrir”